Probióticos podem proteger os ossos

04 ago Probióticos podem proteger os ossos

Probióticos: estudo mostra que podem proteger os ossos

Pela primeira vez no mundo, pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, demonstraram que os probióticos, suplementos alimentares com bactérias promotoras da saúde, podem ser usados ​​para afetar os nossos ossos. Entre as mulheres mais velhas que receberam probióticos, a perda óssea caiu pela metade em comparação com as mulheres que receberam apenas um placebo. A pesquisa abre as portas para uma nova maneira de prevenir fraturas entre os idosos.

A fragilidade dos ossos, ou osteoporose, é caracterizada por ossos porosos e fracos, o que pode fazer com que eles se quebrem quando submetidos a cargas baixas, como uma queda. A proporção da população com osteoporose aumenta com a idade e a maioria das mulheres com mais de 80 anos tem a doença.

“Hoje existem medicamentos eficazes para tratar a osteoporose, mas como a fragilidade óssea raramente é detectada antes da primeira fratura, há uma necessidade urgente de tratamentos preventivos”, diz Mattias Lorentzon, médico chefe e professor de geriatria da Academia Sahlgrenska. Universidade de Gotemburgo.

Esta é a primeira vez que os pesquisadores demonstraram que é possível reduzir pela metade a perda óssea relacionada à idade em mulheres idosas se elas receberem bactérias promotoras da saúde, conhecidas como probióticos.

Estudo randomizado

O estudo foi realizado no Hospital Universitário Sahlgrenska, em Mölndal, na Suécia, e os resultados do estudo estão sendo publicados pelo Journal of Internal Medicine. Noventa mulheres idosas, com 76 anos em média, ingeriram um pó que continha bactérias que promovem a saúde ou um placebo todos os dias durante um ano inteiro. Um método aleatório determinou quais as mulheres que receberam o tratamento ativo com as bactérias Lactobacillus reuteri 6475 e quais receberam pó sem bactérias. Nem os pesquisadores nem as mulheres sabiam quem recebeu o pó ativo durante o estudo.

“Quando terminamos o estudo após um ano, medimos a perda óssea das mulheres na parte inferior das pernas com uma tomografia computadorizada e comparamos com as medidas que fizemos quando o estudo começou. As mulheres que receberam o pó com bactérias ativas perderam apenas metade em comparação com aqueles que receberam pó inativo “, diz Anna Nilsson, uma médica-chefe e professora associada da Sahlgrenska Academy, Universidade de Gotemburgo. “Outro resultado positivo do estudo foi que o tratamento foi bem tolerado e não produziu mais efeitos colaterais do que aqueles experimentados por mulheres que receberam o placebo.”

Uma mudança de paradigma

A pesquisa mostrou que as bactérias intestinais afetam o esqueleto em camundongos, mas este é o primeiro estudo em que os probióticos foram usados ​​para reduzir a perda óssea em pessoas idosas. A descoberta pode ter implicações importantes no futuro: “Mulheres mais velhas são o grupo na sociedade com maior risco de osteoporose e fraturas. O fato de termos conseguido mostrar que o tratamento com probióticos pode afetar a perda óssea representa uma mudança de paradigma. Os probióticos podem ser uma forma eficaz e segura de prevenir o aparecimento de osteoporose em muitas pessoas idosas no futuro “, diz Mattias Lorentzon.

O Lactobacillus reuteri 6475 é uma bactéria que se acredita ter múltiplas propriedades promotoras de saúde, e bactérias semelhantes já são usadas em uma variedade de suplementos no mercado. A bactéria é encontrada naturalmente no trato gastrointestinal humano. Bactérias no estômago e no intestino têm recebido atenção considerável nos últimos anos, porque há evidências de que a composição da flora bacteriana está associada a doenças como diabetes e obesidade. Os mecanismos, isto é, as formas que as bactérias produzem efeitos diferentes no corpo, ainda não são claramente compreendidos.

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Artigo originalmente publicado em Science Daily.

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